Barão de Mauá
Barão de Mauá
Irineu Evangelista de Sousa (ou Barão de Mauá) foi um comerciante, armador, industrial e banqueiro brasileiro, por sua contribuição à industrialização do Brasil, recebeu os títulos de primeiro Barão em 1854 e de Visconde em 1874. Conheça agora a história de um dos empresários mais importantes da do Brasil!
História
Irineu nasceu em 28 de dezembro de 1813, em Arroio Grande no Rio Grande do Sul e viveu em uma região agrícola boa parte da sua infância.
Aos seis anos de idade, Irineu perdeu o seu pai, que foi assassinado por ladrões de gado. A sua mãe o alfabetizou e lhe ensinou matemática e português.
Em 1821, sua mãe se casou novamente e seu novo marido não aceitava que Irineu vivesse com eles, portanto ele se mudou para o Rio de Janeiro, para viver com um tio.
Aos 12 anos, começou a trabalhar como caixeiro em uma loja de tecidos da cidade. Irineu era muito interessado no negócio e com o tempo ganhou a confiança do patrão, subindo de posição na empresa e aos 15 anos, se tornou sócio do negócio.
Porém, por conta de calote de vários clientes, a loja acabou falindo e os sócios precisavam quitar as dívidas, assim, através de negociações com antigos clientes, Irineu conheceu o importador Richard Carruthers, que lhe ofereceu uma oportunidade de emprego em sua empresa.
Ascensão
Em pouco tempo, Irineu se tornou Gerente do negócio, assim, ele aprendeu muito sobre negócios, vendas e a mentalidade liberal inglesa, além de aprender a língua inglesa.
Além de lhe ensinar muito sobre os negócios, Carruthers introduziu o jovem à maçonaria, que foi de grande importância para guiar Irineu em seus princípios e trouxe diversos contatos ao empreendedor.
Irineu se tornou sócio da Carruthers e Cie e ficou no comando da empresa quando Carruthers se mudou para a Inglaterra e a mudança de seu sócio trouxe uma oportunidade de viajar e conhecer a Inglaterra.
Lá, ele conheceu uma sociedade avançada em relação à brasileira, a qual passava pela Revolução Industrial e enxergou a substituição dos produtos manufaturados por produtos industrializados.
Em 1844, entra em vigor a Tarifa Alves Branco, que aumentava os impostos sobre produtos importados no Brasil, uma lei que afetava diretamente os negócios de Irineu, assim ele decidiu vender a Carruthers e Cia, para usar o dinheiro em seu próximo empreendimento.
Assim, Irineu adquiriu um velho estaleiro em Niterói e o transformou no Estabelecimento de fundição e estaleiro Ponta da Areia e passou a atuar como estaleiro, na indústria pesada e caldeiraria.
Desde o início, Mauá aplicou as ideias vistas no exterior e promoveu ações contra o uso de escravos, pois era um abolicionista convicto. Na Ponta da Areia, todos os escravos que lá trabalhavam foram alforriados assim que Irineu comprou o local e muitos passaram a ser seus empregados.
Mauá também criou o segundo Banco do Brasil, além da Companhia de Navegação a vapor do Amazonas, a Companhia de Estrada de Ferro de Petrópolis e diversos projetos de melhoria para o Rio de Janeiro.
Em 30 de abril de 1854, na presença do Imperador Dom Pedro II, Mauá inaugurou o primeiro trecho da Estrada de Ferro de Petrópolis e recebeu o título de Barão de Mauá, na mesma ocasião.
Declínio
Alguns homens importantes da nobreza e da elite brasileira não gostavam de Irineu, principalmente por ele próprio não ser um nobre e por estar envolvido com a maçonaria.
Em 1857, Mauá foi eleito deputado e as instalações da Ponta da Areia sofreram um incêndio criminoso e em 1858, houve a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II.
O império também não estava totalmente contente com o avanço do industrial e durante a Guerra do Paraguai, a Ponta da Areia foi praticamente obrigada a produzir navios de guerra para o Brasil.
Em 1877, Irineu recebeu o título de Visconde, dado pelo imperador Dom Pedro II, esse título simbolizava uma guerra silenciosa causada pela relação estranha entre o imperador e Mauá.
A situação financeira de Mauá também não ia bem, esperava receber alguma ajuda de banqueiros ingleses, porém sem sucesso, com a rejeição dos ingleses, vários processos judiciais foram iniciados e Mauá foi perdendo o seu poder até que em 1877 foram encerradas as atividades da Ponta da Areia.
Mauá também tentou um empréstimo com o Banco do Brasil, porém foi negado, provavelmente sob grande influência da elite brasileira da época.
Porém, em 1884, aos 70 anos, Mauá conseguiu liquidar todas as suas dívidas e recebeu uma carta de reabilitação de comerciante e passou a atuar como corretor de mercadorias na área do café.
Em 21 de outubro de 1889, o Barão de Mauá faleceu na cidade de Petrópolis, com uma situação financeira estável, e cerca de um mês após a sua morte, a República do Brasil foi proclamada.
Frase
“O melhor programa econômico do governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem.”