Delmiro Gouveia
Delmiro Gouveia
Delmiro Augusto da Cruz Gouveia foi um empresário e industrial brasileiro de sucesso, criou a primeira usina hidrelétrica do Nordeste e a segunda do Brasil, conheça agora a sua história!
História
Delmiro Gouveia nasceu no dia 5 de junho de 1863, na cidade de Ipu, no Ceará, filho de pais humildes, teve uma infância pobre, quando tinha apenas 5 anos, seu pai se voluntariou para lutar na Guerra do Paraguai e nunca mais voltou.
Sem o pai, a família se mudou para o município de Goiana, em Pernambuco e mais tarde, para Recife, onde sua mãe se casou com um advogado.
Aos 15 anos, Delmiro perdeu a sua mãe, se tornando assim, um jovem órfão. Nesse momento ele precisou procurar um emprego e conseguiu trabalhos como bilheteiro e condutor de bonde.
Mais tarde, ele cresceu na empresa de bondes e passou a exerceu funções administrativas.
Porém, anos depois, Delmiro aproveitou uma oportunidade de trabalhar como caixeiro despachante em uma empresa de algodão, onde aprendeu muito sobre a importação e exportação de produtos, até que se tornou caixeiro viajante, trabalho em que deveria viajar a várias cidades tentando vender diversos produtos.
Devido ao novo emprego, Delmiro se mudou para a cidade de Pesqueira, no interior de Pernambuco, onde se casou com a filha do Tabelião da cidade, a Iáiá, que tinha apenas 13 anos na época.
Após algum tempo, Delmiro voltou para Recife e se tornou vendedor de couro de bovino e pele de caprino, atividade em que teve bastante sucesso.
Nessa mesma época, Delmiro foi convidado para trabalhar em um empreendimento internacional que se instalou em Recife. Na atividade, Delmiro rapidamente se tornou o melhor funcionário e passou a aprender muito com os americanos, inclusive a língua inglesa.
Infelizmente, após algum tempo sem sucesso no Brasil, a empresa decidiu sair do país e Delmiro Gouveia ficou sem emprego.
Assim, em 1895 Delmiro negociou os equipamentos da empresa deixados pelos americanos e passou a operar o seu próprio negócio fundando a Casa Delmiro Gouveia e Companhia.
Com o sucesso da empresa, o seu nome se tornou conhecido no Nordeste e muitos o chamavam de “O rei das peles”. Após algum tempo de sucesso, Delmiro conseguiu o título de Coronel.
Em 1898, o empresário negociou com a prefeitura de Recife a abertura de um grande mercado, o qual Delmiro poderia construir e colocar em funcionamento com isenção de impostos por 25 anos e em troca, após este prazo o mercado se tornaria propriedade da prefeitura, assim, foi construído o mercado Coelho Sintra.
Coma construção do mercado, a região passou a ser mais movimentada e outros empreendimentos começaram a aparecer, inclusive um hotel de luxo, administrado pelo próprio Delmiro.
O sucesso do mercado e da região começou a incomodar figuras importantes como grandes empresários e políticos, principalmente por causa dos baixos preços que o mercado oferecia e passou a receber ameaças e ataques.
Um dos políticos que se tornou inimigo de Delmiro foi o vice-presidente do Brasil da época, Francisco de Assis Rosa e Silva. Eles tentaram resolver o conflito e o vice-presidente exigiu que o empresário manifestasse publicamente o apoio ao seu governo, o que Delmiro não concordou.
Porém, no dia 2 de janeiro de 1900, o seu mercado foi incendiado completamente e as especulações de quem teria dado a ordem para o incêndio giram em torno do governador de Pernambuco da época, Sigismundo Gonçalves.
No ano seguinte, a sua esposa o deixou e voltou a morar com os pais. Em 1902, Delmiro se apaixonou por uma jovem chamada Carmela Eulina do Amaral Gusmão, filha bastarda do Governador de Pernambuco, os dois fugiram e se esconderam.
Porém, Carmela foi encontrada pela polícia e Delmiro fugiu em um barco para a cidade de Penedo em Alagoas, levando todas as economias que possuía. No novo local ele comprou uma fazenda na beira da estrada e após alguns meses já havia estabelecido um novo curtume para vender peles, além de construir sua casa e alguns currais.
Um tempo depois ele mandou buscar a jovem Carmela, por quem tinha se apaixonado, e com ela teve três filhos.
Além de todas essas atividades, Delmiro conseguiu a concessão de terras e isenções fiscais para construir uma fábrica de linhas de costura, um negócio que era monopólio dos ingleses na época e realizou a construção de uma hidrelétrica para a região através do movimento das águas da cachoeira Paulo Afonso.
Delmiro Gouveia ainda foi o responsável por pavimentar várias estradas e construiu ferrovias na região.
Em 1914, ele fundou a Companhia Agro Fabril Mercantil, uma fábrica de tecidos, onde Delmiro conseguia fabricar produtos mais baratos do que os ingleses e pagar melhores salários aos funcionários.
Não demorou muito para a multinacional Machine Cotton se mostrar interessada na fábrica do brasileiro e tentou diversas vezes comprá-la, mas Delmiro recusou todas as ofertas.
Nessa mesma época, por se envolver com outras mulheres, Delmiro e Carmela se separaram e diversos homens da região já não gostavam dele por se relacionar com suas esposas.
Assim, no dia 10 de outubro de 1917, Delmiro foi baleado e morto na varanda de sua casa, aos 54 anos de idade.
Até hoje, especula-se quem seria o verdadeiro culpado pelo assassinato do empresário e após a sua morte, os seus herdeiros venderam a fábrica para a Machine Cotton por um preço baixo.
Em 1943, a região onde morava passou a ser conhecida como a cidade de Delmiro Gouveia.
Delmiro Gouveia é lembrado até hoje por ter combatido a ideia de que o sertão nordestino era atrasado e não civilizado.
Fontes
Vídeo do Canal Passo a Passo Empreendedor