Greve dos caminhoneiros
Greve dos caminhoneiros: Entenda os seus motivos e seu impacto na economia e no mercado
Mais uma vez o Brasil acompanhou manifestações dos caminhoneiros, que aconteceram em 16 Estados do país nos dias 8 e 9 de setembro, a greve tem um grande impacto devido ao fato do país ser extremamente dependente da malha rodoviária para transportar todo o tipo de mercadoria, através de caminhões.
Neste artigo, buscamos explicar o que foi o movimento e fazer um paralelo com as manifestações realizadas em 2018, além de apontar os possíveis impactos do movimento na economia brasileira.
Movimento semelhante em 2018 e suas consequências
A greve dos caminhoneiros realizada em 2018, também chamada de Crise do Diesel, durante o governo de Michel Temer teve um impacto significativo para a o país, os motoristas protestavam contra os reajustes no preço do diesel realizadas pela estatal Petrobras, pediam o fim da cobrança do pedágio por eixo suspenso e pelo fim do PIS/Confins sobre o diesel.
As manifestações de 2018 conseguiram afetar bastante a economia do país, a produção industrial caiu quase 11% no mês de maio e o setor de serviços caiu 5%, além disso o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 1,26%, um grande aumento em anos.
Na época, o então presidente da república Michel Temer respondeu às manifestações reduzindo R$ 0,46 no preço do litro do diesel e determinou uma política para manter o novo preço por 60 dias, além de realizar ajustes mensais.
Motivos para o movimento em 2021
Agora em 2021, a greve dos caminhoneiros voltou em menor proporção, porém com pautas igualmente relevantes.
Além de também representarem apoio ao presidente Jair Bolsonaro, as principais motivações para a paralisação agora em 2021 são pedindo a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), a diminuição do preço dos derivados do petróleo, melhoria das rodovias de todo o Brasil e uma atualização nos valores de frete.
Possíveis impactos no mercado e economia
As possíveis consequências deste movimento no mercado e na economia são diversas.
Em 2018 o IPCA fechou o ano em 3,75%, abaixo do centro da meta determinada pelo governo em 4,5%. Já em 2021, o teto da meta fixada pelo governo é de 5,25%, porém, as projeções para o final de ano chegam a 7,58%.
É importante ressaltar que as manifestações não são o único fator determinante do IPCA anal, de forma que a inflação é consequência de uma série de fatores atuante na economia, porém sem dúvida, os movimentos têm influência no índice.
A indústria brasileira também poderá ser muito afetada, não só pela greve dos caminhoneiros, mas por diversos motivos. As principais causas na crise da indústria são devido à alta dos preços dos insumos, a paralisação das plantas produtivas, a queda no consumo devido à queda na renda da população e alta do preço da energia devido à crise hídrica.
Além disso, como vários componentes da indústria são importados, a alta do dólar frente ao real também é responsável pela alta dos preços.
Outro impacto importante que podemos observar é nas projeções do PIB (Produto Interno Bruto), tanto para 2021 como para 2022.
O segundo trimestre de 2021 já registrou queda de 0,1% e uma queda do PIB no terceiro trimestre seria considerado o retorno da recessão técnica (período de dois trimestres consecutivos de queda no PIB).
Fontes
www.cnnbrasil.com.br
www.g1.globo.com
www.otempo.com.br