Debêntures

Debêntures

As Debêntures são títulos de renda fixa que representam a dívida de determinada empresa, conheça agora como esse investimento funciona!

pexels-fauxels-3182822

O que são Debêntures?

A Debênture é mais uma opção de investimento de renda fixa, o que significa que esse ativo tem rentabilidade e prazo de investimento conhecidos.

Além disso é um título que representa a dívida de uma empresa, é semelhante a um CDB que um banco pode emitir, porém, nesse caso é um título emitido por uma instituição que não é financeira.

Ou seja, a Debênture é um instrumento de captação de dinheiro para sociedades anônimas não financeiras.

Como funciona?

Uma determinada empresa deseja captar dinheiro de terceiros para realizar algum ou alguns projetos, porém ela não deseja emitir mais ações no mercado, porque assim ela estaria ganhando mais sócios.

Para isso, ela emite uma Debênture, ou seja, um título de renda fixa representando a dívida dessa empresa.

Os investidores compram essa Debênture e financiam o projeto, em troca a empresa paga juros a esses investidores no longo prazo.

Portanto, as Debêntures são investimentos de médio e longo prazo, com prazo mínimo de 360 dias para o resgate do investimento.

Esse investimento capta dinheiro para o capital fixo da empresa, ou seja, projetos com prazos maiores, diferentemente do capital de giro, que se refere ao dia a dia das operações da empresa.

As empresas que emitem uma Debênture podem oferecer uma garantia ao investidor, que pode ser um imóvel ou até mesmo um recebível.

Ao emitir um título como esse, é necessário elaborar um documento chamado de escritura da Debênture, onde estarão descritas todas as informações importantes sobre o título.

Além disso, é necessário um agente fiduciário, uma instituição financeira contratada pela empresa que deseja emitir uma Debênture para representar os investidores e garantir a proteção deles.

Devo investir em Debêntures?

A Debênture é uma boa escolha para quem procura segurança, mas ao mesmo tempo, busca boas rentabilidades.

No momento do resgate do valor investido a empresa pode oferecer ao investidor o equivalente do que ela deve em ações da companhia, dessa forma ela não precisa tirar dinheiro para pagar o investidor, esse instrumento é chamado de Debênture conversível.

Sem dúvida é um investimento interessante, isso porque mescla a segurança de um investimento de renda fixa com a possibilidade de retornos expressivos devido às taxas de rentabilidade.

Porém, mesmo sendo um título de renda fixa é preciso lembrar que é um investimento na dívida de uma empresa e não na dívida do tesouro nacional por exemplo.

Isso significa que o risco do negócio quebrar é muito maior do que o risco de um título público federal, portanto, é necessário ter cuidado e analisar bem uma empresa e seus objetivos antes de comprar uma Debênture.

EBITDA

EBITDA

O EBITDA é um indicador muito comum em relatórios gerenciais que demonstram os resultados de uma empresa e é muito importante para uma análise fundamentalista, conheça agora essa sigla!

pexels-karolina-grabowska-4476375

O que é EBITDA?

O EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) ou lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização é um indicador que aparece no DRE (Demonstrativo de Resultado de Exercício) de uma empresa.

Ele mostra apenas o lucro operacional da empresa, sem incluir as despesas com impostos ou as receitas provenientes de aplicações financeiras.

E sem incluir a depreciação dos ativos tangíveis (ex: Máquinas ou imóveis) e a amortização de ativos intangíveis (ex: uma dívida a longo prazo que a empresa ainda receberá).

Como calcular o EBITDA?

Para calcular o EBITDA é necessário calcular outros números importantes da empresa, mas aqui apresentamos apenas a fórmula do EBITDA:

EBITDA = Lucro líquido + tributos sobre o lucro + Encargos financeiros de financiamento + depreciação + amortização.

Para que serve o EBITDA?

O EBITDA é um indicador importante, porque ajuda a analisar a geração de caixa de uma empresa, medindo a eficiência do negócio.

Através do EBITDA é possível descobrir se a empresa é lucrativa considerando apenas o serviço ou produto oferecido e desconsiderando algumas variáveis complexas que atrapalham esta análise.

Porém, este indicador não deve ser usado isoladamente no momento de análise de uma empresa e sim, juntamente com outros indicadores que permitem realizar uma análise fundamentalista mais profunda.

Camila Farani

Camila Farani

Camila Farani é uma empresária e a maior investidora-anjo brasileira, é colunista na Gazeta do Povo e no Estadão. É um dos “tubarões” no programa shark tank Brasil.

Foi bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018, é sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em startups. É advogada, com pós-graduação em Marketing e especializações em Empreendedorismo e Inovação por Stanford e pela Massachusetts Institute of Technology (MIT). Conheça agora a sua história!

História

Nasceu no Rio de Janeiro em 1981, quando Camila tinha 4 anos, ela perdeu seu pai e para sustentar a família, sua mãe abriu uma tabacaria.

Quando adolescente, começou a ajudar a sua mãe na operação da tabacaria. Com 16 anos ela propôs a sua mãe que gostaria de uma participação da tabacaria se conseguisse aumentar as vendas em 30%. Camila não bateu a meta, mas conseguiu 26%, e sua mãe deu uma participação da empresa.

Aos 21 anos ela inovou servindo bebida alcoólica dentro da loja e melhorou ainda mais as vendas do negócio.

Aos 23 anos, Camila criou sua primeira empresa própria no ramo da alimentação saudável, e quando tinha 26, já comandava 4 empresas incluindo a de sua família.

Mais tarde, um de seus negócios, uma lanchonete de alimentação saudável, chamou a atenção do grupo Mundo Verde e eles ofereceram uma parceria e pouco tempo depois Camila se tornou diretora do grupo Mundo Verde.

Camila decidiu deixar o cargo para seguir administrando os seus negócios e transformou a antiga tabacaria em uma cafeteria com o nome da família, e todos os seus negócios no ramo de alimentação foram reunidos no grupo box.

A partir daí começou a estudar o universo de start-ups e o conceito de investidor-anjo, e co-fundou a Lab-22, um laboratório de investimento anjo que ajudou na criação de startups de tecnologia.

Mais tarde, Camila foi convidada a ser diretora do Gávea angels (a rede de anjos com maior tradição no Brasil)

Em 2014, Camila fundo o MIA (Mulheres investidoras anjo), um grupo que busca atrair mulheres a realizar investimento anjo em startups.

Com toda essa experiência, Camila foi convidada a participar do programa Shark Tank Brasil.

Em 2018, ela deixou o Gávea Enjels e passou a se dedicar a 62-Capital, uma boutique de investimentos em start-ups, e é professora de empreendedorismo na FGV e na PURS

Ensinamentos

Camila é um exemplo de empreendedorismo para o nosso país, tem um histórico excelente de conquistas em vários de seus projetos. Camila reforça muito que ter atitude é muito importante, para ela, encarar a vida com atitude é a chave para resolver os problemas.

Frase

“O caminho mais curto entre dois pontos se chama execução.”

Vacância

Vacância

A vacância é um indicador muito importante na hora de fazer a análise de um FII de tijolo (shoppings, lajes corporativas, hotéis, entre outros), mas você sabe o seu significado?

pexels-paul-basel-2208967

O que é vacância?

A vacância imobiliária é o termo usado quando falamos sobre o espaço não locado de determinado empreendimento imobiliário ou de um conjunto deles.

Para mensurar, é usada a taxa de vacância, uma relação entre a área vaga de um empreendimento sobre a área total, o mesmo raciocínio vale para um FII, que possui vários empreendimentos na carteira.

Vacância física

A vacância física nada mais é do que o contrário da ocupação de um FII, ou seja, é uma relação entre a área disponível para locação e a área bruta locável.

Portanto ela mede a parcela do FII em metros quadrados livre para locação, e claro, não rentabilizando por meio do aluguel.

Vacância financeira

Semelhante à vacância física, a vacância financeira é uma relação entre o retorno financeiro faltante e o seu retorno potencial total de acordo com os seus contratos.

Por exemplo, um FII tem um retorno financeiro potencial de R$ 100.000,00 por mês, porém está recebendo apenas R$ 80.000,00 provenientes dos seus aluguéis, portanto a vacância financeira é de 20%.

A vacância financeira normalmente está bastante relacionada com a vacância física, mas outros fatores compõem este indicador, como:

  • Inquilinos inadimplentes: a área está ocupada, porém não está rentabilizando porque alguns inquilinos não estão pagando o que devem;
  • Carência de novos contratos: quando novos inquilinos chegam ao fundo, ficam um tempo sem pagar o aluguel, normalmente de 2 a 3 meses.
  • Aluguéis altos: quando um fundo tem alguns aluguéis muito caros, mesmo que tenha uma vacância física alta, os locais onde os aluguéis são altos compensam, resultando em uma vacância financeira baixa.

Portando a vacância física e financeira de certo FII podem apresentar valores diferentes dependendo do momento em que se encontra o fundo.

Conclusão

As duas taxas de vacância são indicadores importantes na análise de um FII, por isso é importante estar sempre atento.

Na maioria dos casos, quanto maior a vacância de um FII, pior para os investidores, pois significa que o fundo não está rentabilizando tudo o que poderia.

Porém uma alta vacância causa uma diminuição no preço da cota e pode significar uma boa oportunidade de compra, pois às vezes a taxa de vacância se deve a algum motivo pontual e em um futuro próximo o preço pode voltar ao que era, trazendo lucro ao cotista.

 

RESUMO SEMANAL – (19/04 – 23/04)

RESUMO SEMANAL - (19/04 - 23/04)

Confira mais um resumo do que rolou no mercado essa semana!

IBOVESPA

  • Após 3 semanas consecutivas de alta, o Ibovespa fechou a semana com leve queda de -0,5%, ficando nos 120.530 pontos. A queda seguiu movimento dos mercados externos devido ao medo de um aumento de impostos nos EUA.
  • Em destaque, as criptomoedas seguiram registrando perdas depois da forte correção durante o final da semana, com o Bitcoin acumulando uma queda de quase -20%.

Destaques da semana

Bolsas Mundiais

Economia

  • IBC-Br cresceu 1,7% m/m e 1,0% a/a em fevereiro
  • Arrecadação federal atingiu R$ 137,9 bilhões em março, impulsionada por ganhos maiores do que o esperado nos impostos de importação.
  • Foi nomeado Roberto Campos Neto e sete diretores pra cumprirem mandatos fixos na Diretoria Colegiada do Banco Central. Ele presidiará até 12/24.
  • Dólar fechou a semana com queda de -2,0% em relação ao Real, em R$ 5,48.

POLÍTICA

  • Finalmente tivemos um desfecho sobre o Orçamento para 2021, sancionado por Bolsonaro. O acordo também passou pela mudança no PLC Nacional nº 2 de 2021, que altera a LDO de 2021.
  • O presidente também anunciou o compromisso de atingir a neutralidade climática até 2050. Pra isso, se comprometeu também a zerar o desmatamento ilegal no país até 2030.
  • STF formou maioria em plenário pra confirmar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo em que Lula Molusco foi condenado pelo caso do triplex

INTERNACIONAL

  • Bolsa americana fechou a semana turbulenta em território negativo despois de notícias de que o governo de Biden planeja elevar impostos sobre ganhos de capital pros americanos mais ricos.
  • Banco Central Europeu reiterou sua posição de política monetária, mantendo inalterados a taxa de juros e o programa emergencial de compras de ativos financeiros pra garantir a recuperação da economia europeia.
  • Banco do Povo da China manteve inalteradas suas taxas de juros de referência pra empréstimos de curto e longo prazos, pelo 12º mês consecutivo.

EXPECTATIVAS PRA PRÓXIMA SEMANA

Brasil

  • Após o desfecho das discussões envolvendo o Orçamento público pra 2021, o quadro político deverá mostrar alívio no curto prazo.
  • Dados de inflação, com divulgação do IPCA-15 e IGP-M de abril, além de estatísticas fiscais de março, e taxa de desemprego.

Mundo

  • Decisão de política monetária do banco central americano, além de detalhes sobre a potencial elevação de impostos nos EUA.
  • Dados econômicos, como o PIB do 1T21 nos EUA e na Zona do Euro, os índices de inflação e taxa de desemprego.
  • Na Ásia, destaque pra divulgação dos PMIs e balança comercial da China, além da decisão de política monetária do banco central do Japão.

Fontes

https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-seu-resumo-semanal-de-economia-no-brasil-e-no-mundo-6/

https://www.infomoney.com.br/ferramentas/altas-e-baixas/

https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-da-semana-ibovespa-fecha-em-queda-de-05/

DPGE

DPGE

O Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) é mais um instrumento de captação dos bancos, entenda agora como ele funciona!

pexels-olia-danilevich-5466785

O que é DPGE?

O DPGE é um título de renda fixa emitido por um banco para arrecadação de capital dos investidores, ele funciona de forma semelhante ao CDB.

Porém, para um banco emitir uma DPGE, é necessário ter uma autorização do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), isso porque o FGC, nesse caso, garante até 20 milhões de reais por CPF e por instituição, portanto é um investimento com uma quantia muito maior do que um CDB, por exemplo.

Como funciona?

Através do DPGE, o banco consegue captar capital dos investidores para utilizar em seus projetos.

Em troca, ele rentabiliza o investidor com uma taxa fixa, que já é conhecida no momento da compra do título.

Esse investimento é de renda fixa, o que significa que ele obedece a um prazo definido, de forma que o investidor só irá receber o retorno na data de vencimento do título.

Porém, o FGC só irá autorizar a emissão de uma DPGE se o banco oferecer uma alienação fiduciária de alguma carteira.

Ou seja, se o banco quebrar e não tiver dinheiro para pagar os investidores que compraram uma DPGE, o FGC irá pagar.

Em troca, a carteira colocada em contrapartida será do FGC e assim, o FGC irá receber o dinheiro proveniente daquela carteira e não mais o banco.

Conclusão

A DPGE é mais um título de renda fixa emitido por bancos, porém esse investimento conta com uma garantia especial.

Essa garantia é a alienação fiduciária que o banco oferece ao FGC para que este possa garantir até 20 milhões aos investidores que compraram o título.

Naturalmente é um produto acessível apenas a alguns investidores por necessitar de aportes maiores e por isso, conta com boas rentabilidades.

Fontes

Vídeo T2 Educação: https://www.youtube.com/watch?v=ICpDMTOFndQ&list=PLpDoIofcp9Y7Bc3JmihvspS52bQ-scu5e&index=11

Mercado de Swaps

Mercado de Swaps

O Mercado de Swaps é uma das operações de derivativos na qual o investidor negocia rentabilidades, entenda agora como ele funciona.

pexels-karolina-grabowska-4968636

O que é o Mercado de Swaps?

No mercado de Swaps as partes na operação trocam o risco e o retorno dos seus investimentos, ou seja, não há troca do valor do ativo, mas sim do seu indexador.

Nesta modalidade, as partes assumem posicionamentos contrários em relação aos ativos, pois cada um dos agentes pagará ao outro a variação do seu próprio ativo, na prática, as partes trocam um fluxo financeiro.

Não é permitido transferir os contratos de swaps a outro investidor e nem antecipar a data de vencimento.

Alguns exemplos de contratos de swaps:

  • Swap com taxas de juros (indexadores associados aos ativos, uma das variáveis é a taxa de juros);
  • Swap cambial (o principal + juros em uma moeda é trocado pelo principal + juros em outra moeda);
  • Swap de índices (contrato em que se trocam fluxos, sendo um deles associado ao retorno de um índice de preço, exs: IGP-M, Ibovespa);
  • Swap de commodities (contrato no qual as partes trocam fluxos associados à variação de cotação de commodities)

Como funciona?

A prática do swap é muito utilizada para realizar alguma proteção de patrimônio.

Por exemplo, uma pessoa tem um investimento indexado ao DI, e tem um compromisso de pagar uma dívida em dólar daqui a três anos.

Como não é possível saber a cotação do dólar no futuro e nem se a moeda irá valorizar mais que o DI, então a pessoa realiza uma operação de swap com uma instituição financeira e passa a receber a variação do dólar como rentabilidade, protegendo a necessidade de moeda estrangeira e a instituição financeira recebe a variação do DI.

Assim, se o dólar valorizar acima do DI, a instituição financeira deverá pagar a esta pessoa a diferença, chamada de ajuste positivo, pois ela está ativa em dólar e a instituição está passiva.

Porém, se o DI subir mais que o dólar, quem receberá a diferença (ajuste) é a instituição financeira, pois ela está ativa em DI e a pessoa na contraparte está passiva.

Assim, o investidor se protege de uma possível alta do dólar, que complicaria o pagamento de sua dívida.

 

Conclusão

Os swaps são um importante instrumento financeiro para diminuir riscos. São muito utilizados por empresas, bancos e instituições de investimento.

Assim como outros contratos de derivativos, os swaps podem ser usados como proteção (hedge) ou como investimento especulativo.

Earnings Power Value

Earnings Power Value

Um estudo realizado pela Liga de Mercado Financeiro do Ibmec/SP

O Earnings Power Value (EPV) é uma ferramenta de valuation que mostra o poder de ganhos de determinada empresa, confira agora como essa métrica funciona!

pexels-pixabay-209224

O que é EPV?

O Earnings Power Value ou EPV é uma ferramenta de valuation criada pelo professor da Columbia Business School, Bruce Greenwald.

Essa métrica indica o poder de  ganhos que uma empresa pode ter, assumindo que seus lucros são sustentáveis e sem crescimento.

O fato de    não apresentar crescimento reside na tese de que uma empresa que cresce sem vantagens competitivas, como barreiras de entrada, por exemplo, estará destruindo   valor ao seus acionistas ao longo do tempo por 2 motivos:

1) O crescimento terá de ser suportado por investimentos adicionais na mesma proporção para que a empresa não perca sua lucratividade.

O propósito desses investimentos adicionais é para gerar lucros incrementais. Se o crescimento envolve fazer mais do mesmo então é natural assumirmos que os retornos adicionais desses investimentos serão, na média, iguais aos retornos atuais.

Dessa forma, o principal determinante do valor do crescimento está na relação entre o retorno sobre o capital investido necessário para financiar esse crescimento e o custo desse capital.

2) Qualquer empresa poderia facilmente ingressar no seu segmento de atividade e explorar o seu mercado.

Quando uma empresa é capaz de se beneficiar de algum tipo de vantagem competitiva, então ela está operando uma coisa que é atribuída pelo Professor como “franchise” e estará bem posicionada para crescer.

Fórmula para o EPV

Assim, para chegar ao EPV é necessário utilizar a seguinte fórmula:

Onde:

  • EPV: Earnings Power Value
  • WACC: O custo médio ponderado de capital

 

Um estudo sobre a MRV Engenharia

No relatório de hoje abordaremos a empresa MRV Engenharia para explorar mais sobre esta ferramenta.

A MRV Engenharia é a maior incorporadora e construtora brasileira no segmento de empreendimentos residenciais populares em número de unidades incorporadas e cidades atendidas.

A Companhia tem 39 anos de atuação com foco nas classes populares. A larga experiência e estrutura operacional da Companhia lhe permite combinar uma atuação voltada para o segmento de empreendimentos residenciais econômicos com boa rentabilidade.

Estando presente em 22 estados e em 162 cidades incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, a empresa desfruta de uma diversificação geográfica que garante a ela proteção nos resultados em caso de alguma externalidade em um determinado estado, como mudança de legislação ou desemprego acentuado.

Além de permitir alta especialização em seus respectivos mercados de atuação construindo  assim uma importante barreira de entrada a novos concorrentes.

O grupo foi fundado em 1979 na cidade de Belo Horizonte e fez seu IPO em 2007.

Ao final de 2012, a Companhia atingiu uma marca histórica na indústria da Construção Civil, gerenciando mais de 300 canteiros de obra e produzindo, simultaneamente, mais de 100.000 unidades.

Recentemente a Companhia registrou seu maior volume de vendas líquida da história, com 10.493 unidades, totalizando R$ 1,67 bilhão no 1º trimestre de 2020.

Para chegarmos ao EPV precisamos ajustar os lucros da companhia, pois o que é reportado muitas vezes não nos mostra a história toda, e então dividir por uma taxa de desconto adequada.

Começaremos pelo lucro operacional da empresa ou EBIT (Earnings Before Interest and Taxes). Para fazermos uma boa estimativa, consideraremos uma média dos últimos 5 anos da margem EBIT da empresa para calibrar algum evento pontual que a empresa possa ter incorrido nesse período e evitar distorções.

Dessa forma, seguiríamos o processo da fórmula de Greenwald retirando itens de ajustes especiais e adicionando gastos com P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).

No entanto não vimos nenhum item de extrema importância que devesse ser extraído da conta e como o core business da empresa é vender imóveis não há grandes gastos com o P&D.

Em seguida devemos adicionar ao cálculo os gastos gerais com salários e vendas (SG&A), que são feitos para a manutenção do crescimento.

Logo chegamos ao EBIT ajustado e a partir dele devemos descontar os impostos à uma taxa padrão do Brasil de 34%, adicionar os gastos com Depreciação e Amortização, pois são despesas que não representam saída de caixa e por fim subtrair o Capex (gastos realizados pela empresa para fazer novos investimentos). Assim chegamos ao lucro líquido ajustado.

Para chegarmos a fórmula do EPV devemos dividir os lucros ajustados por uma taxa de desconto.

Geralmente essa taxa é dada pelo WACC (em português se chama Custo Médio Ponderado de Capital) mas, é uma taxa que exige cálculos mais aprofundados e que fogem do objetivo deste relatório.

Portanto adotaremos a abordagem de Warren Buffett que é utilizar uma taxa que represente o seu custo de oportunidade, ou seja, aquilo que você abre mão para investir nesse negócio.

Nesse caso, o que estamos abrindo mão para   investir nesta empresa são os seus principais concorrentes.

Para chegarmos a um consenso, necessitamos filtrar algumas empresas pois é um segmento bastante amplo.

Dessa forma consideraremos apenas as empresas que deram lucro nos últimos 5 anos e que acreditamos serem as maiores competidoras no  segmento.

Para que o investidor invista nessas empresas precisamos oferecer algo a ele. Assim podemos analisar o indicador P/L das empresas Trisul e Eztec, atualmente se encontram em 9x e 23,23x respectivamente, que mostram o quanto elas estão sendo negociados no mercado em relação aos seus lucros.

Quando invertemos esse indicador temos as porcentagens que refletem o quanto podemos esperar de retorno em lucro para cada real pago em suas ações.

E esse retorno esperado será nossa taxa de desconto pois é o que deixaríamos de ganhar por investir na companhia em análise.

Se fizermos a média desses yields de lucro, chegaremos a um valor de 7,71%, que julgamos ser um valor razoável para uma empresa como a MRV que vem crescendo de forma constante nos últimos anos e com uma liquidez saudável.

Finalmente chegamos ao nosso EPV, no valor um pouco acima de R$ 17 bilhões.

Logo excluímos a dívida e acrescentamos o caixa excedente para termos o EPV total. Feito isso dividimos o valor pelo número total de ações em circulação no mercado e teremos o valor intrínseco por ação.

Se compararmos o valor intrínseco de R$ 30,89 com a cotação atual de R$ 13,36, vemos um upisde de 56,76%, uma ótima margem de segurança.

Acreditamos que a crise causada pelo novo coronavírus, que derrubou as ações da MRV de seu topo a R$ 22,35 em dezembro de 2019 para os patamares atuais, é exagerado, pois representa uma queda de 40% em uma companhia saudável e que possui receita recorrente dado que o perfil de  clientes que compõe a receita da empresa é o de  pessoas que vivem com o auxílio do Bolsa Família, um  beneficio que dificilmente acabará no país.

Portanto, vemos a empresa com grande previsibilidade de receita, que vem se beneficiando de economias de escala, como vimos no relatório anterior e é talvez a única empresa de seu segmento que nunca apresentou prejuízo desde seu IPO.

Gustavo Cerbasi

Gustavo Cerbasi

Gustavo Petrasunas Cerbasi é um escritor, consultor financeiro, professor, palestrante e administrador brasileiro, ele desenvolve treinamentos e consultorias relacionados à educação financeira para diversos públicos pelo país, foi eleito um dos 100 brasileiro mais influentes, segundo a revista Época, e é uma das principais referências em finanças no Brasil. Conheça agora a sua história!

História

Gustavo nasceu no dia 24 de abril de 1974 em Caxias do Sul, estudou administração pública na Fundação Getúlio Vargas na graduação.

Mais tarde fez um mestrado em finanças pela Universidade de São Paulo e uma especialização em finanças pela Universidade de Nova York e pela Fundação Instituto de Administração.

Gustavo já foi para mais de 200 cidades do Brasil desenvolver treinamentos, palestras e consultorias e já foi ouvido por mais de 2 milhões de pessoas, tornando-se um dos palestrantes mais requisitados quando se trata de finanças.

Participou de diversos projetos como consultor e desenvolvedor de conteúdo para campanhas de educação financeira criadas por empresas como BM&F BOVESPA e Itaú.

Gustavo é colunista da revista Época e possui um portal chamado maisdinheiro no qual oferece vários simuladores para o planejamento e o controle das finanças pessoais.

Tem vários livros publicados, cujas vendas ultrapassam os dois milhões de exemplares. Um de seus livros, um best-seller Casais Inteligentes Enriquecem Juntos foi adaptado para o cinema no filme Até Que a Sorte nos Separe em 2012. Foi a maior bilheteria do cinema brasileiro neste ano. Devido ao sucesso, foram lançados mais dois filmes, tornando-se o primeiro filme brasileiro a ter uma trilogia.

Ensinamentos

Gustavo Cerbasi, além de professor e palestrante, é pai de três filhos e reforça bastante que as pessoas devem ter hábitos financeiros saudáveis junto com seus parceiros e filhos para que a família enriqueça de maneira unida. Gustavo defende o conceito de cuidar do dinheiro no ambiente particular para ter mais opções no futuro e realizar desejos, para ele o verdadeiro significado da riqueza é poder colocar sonhos em realidade sem se prejudicar financeiramente.

Frase

“O dinheiro que ganhamos hoje não é para manter o mês. É um dinheiro para manter toda a sua vida”.

FIIs de papel

FIIs de papel

Os fundos imobiliários de papel chamam a atenção de muitos investidores do universo dos FIIs, mas você conhece a sua estrutura?

pexels-cottonbro-4778611

O que são?

Os FIIs de papel são fundos de investimento imobiliário que possuem recebíveis na carteira, que são investimentos de renda fixa dentro do setor imobiliário.

Esses fundos são conhecidos pela segurança, porque têm em carteira, investimentos de renda fixa, assim, conseguem gerar caixa de maneira segura.

Composição do FII de papel

Como foi dito, os FIIs de papel investem em títulos da renda fixa, chamados de recebíveis imobiliários, alguns exemplos desses investimentos são:

  • CRI (Certificados de recebíveis imobiliários);
  • LCI (Letras de crédito imobiliário);
  • LH (Letras hipotecárias).

 

Os CRIs (Certificados de recebíveis imobiliários) são títulos que empresas não financeiras emitem para financiar projetos com o dinheiro de terceiros dentro do setor imobiliário.

Esses títulos são vistos como de renda fixa, porém, semelhante às debêntures, possuem rentabilidade elevada.

O investimento mínimo em CRIs é alto e o prazo dos contratos normalmente é longo, isso torna difícil o acesso do investidor pessoa física, mas com um FII de papel, o investidor tem acesso a vários CRIs ao mesmo tempo.

As LCIs (Letras de crédito imobiliário) são títulos de renda fixa que instituições financeiras emitem para receber retorno no futuro.

As LHs (Letras hipotecárias) também são títulos de renda fixa lastreados em crédito imobiliário, elas são emitidas por instituições financeiras com carteira de crédito imobiliário.

Portanto a diferença básica entre eles é de que os CRIs são emitidos por instituições não financeiras.

 

 

Conclusão

Os fundos de papel têm a vantagem de ter o risco atrelado ao crédito e não à vacância, portanto conseguem manter um alto fluxo de caixa e aproveitar oportunidades do mercado, o que é ótimo em tempos de crise.

Além disso, normalmente os CRIs têm a remuneração atrelada a algum indicador, como o IGPM ou IPCA, assim o capital investido está automaticamente protegido contra à inflação.

Portanto, os fundos de papel são bons investimentos quando falamos de segurança e dividendos, porém, é importante estudar todos os tipos de FIIs para montar uma carteira segura e bem diversificada.